Nutrição parenteral: a prisão para a sobrevivência diante da falência intestinal

Resumo

Objetivo: A falha intestinal é a redução da função intestinal que requer suplementação intravenosa de macronutrientes, água e/ou eletrólitos, uma vez que o intestino não atinge a absorção mínima para manter a saúde e o crescimento. O objetivo é compreender o significado de lidar com a insuficiência intestinal em pacientes que pertencem ao programa de reabilitação intestinal do Hospital Pablo Tobón Uribe em Medellín.
Metodologia: Estudo qualitativo com uma abordagem hermenêutica utilizando técnicas de Teoria Fundamentada. A amostragem foi primeiramente seletiva e depois teórica. Um total de 20 entrevistas semi-estruturadas foram realizadas; oito das quais tiveram a contribuição de membros da família. A análise começou com uma codificação aberta. Os códigos obtidos foram agrupados em categorias descritivas, e foram identificadas dimensões e propriedades, que foram utilizadas para elaborar categorias analíticas através de codificação axial e seletiva que permitiram o surgimento da matriz do paradigma final.
Resultados: As necessidades e expectativas dos pacientes com insuficiência intestinal não são suficientemente atendidas pelo sistema de saúde, gerando maior incerteza sobre a origem da doença, mas mais sobre o seu futuro. O fracasso intestinal e seu tratamento perturbam a vida pessoal, familiar e profissional. A rejeição social é marcada, razão pela qual o apoio familiar e o apoio das pessoas próximas a elas é fundamental para conseguir a adaptação que lhes permite reavaliar a vida.
Conclusões: Enfrentar a condição de falha intestinal representa a experiência de requerer necessariamente uma nutrição parenteral, que é percebida como uma prisão que paradoxalmente permite a sobrevivência.